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  • Foto do escritorDébora Nunes

Web Summit 2023: aprendizados e insights sobre negócios e organizações sociais




O Web Summit, maior evento de tecnologia do mundo, teve sua edição de 2023 no Rio de Janeiro. Especialistas, empreendedores e investidores se reuniram para discutir temas relevantes, sendo a inteligência artificial (IA) generativa o principal assunto. Esses modelos, como o chatGPT, geram conteúdo a partir de dados de treinamento e apresentam aplicações interessantes para negócios e organizações de impacto social.


Um aprendizado importante é como a IA pode auxiliar na solução de problemas socioambientais complexos. A NotCo, por exemplo, cria alimentos à base de plantas, como leite, hambúrguer e maionese, reduzindo os impactos ambientais da produção de alimentos de origem animal. Graças ao Giuseppe, uma IA que elabora as receitas, a empresa consegue reproduzir a textura e o sabor desses alimentos. Esse processo exemplifica a colaboração entre humanos e IA, com cientistas mapeando moléculas e a IA gerando receitas que são testadas e aprimoradas pelos especialistas.


Outra aplicação de IA que foi apresentada no evento é o Copilot do Github, uma plataforma de hospedagem de códigos. O Copilot auxilia desenvolvedores no processo de escrita do código, preenchendo automaticamente partes, procurando erros e sugerindo melhorias. Durante o Web Summit, o CEO do Github usou o Copilot e desenvolveu, ao vivo, o "jogo da cobrinha" em apenas 18 minutos. Os setores 2.5 e 3 tem dificuldade de construir soluções digitais porque exige um conhecimento muito profundo e é um processo demorado e caro. O Copilot acelera o desenvolvimento de códigos em até 10 vezes, e inteligências como essa podem facilitar a inovação em negócios e organizações de impacto social.


As IAs podem melhorar processos, economizar tempo e aumentar a criatividade. No entanto, também trazem riscos trabalhistas, de privacidade e de concentração de poder. A construção de IA está nas mãos de poucas grandes empresas, o que exige regulamentação para evitar que o futuro da educação, democracia, comunicação e empregos seja controlado por poucas pessoas do setor privado.


No painel "Why we need to put the brakes on AI development", conheci o trabalho de Meredith Whittaker, pesquisadora e ativista na área de ética em tecnologia e justiça algorítmica. Sugiro acompanhar o trabalho do AI Now Institute, organização fundada pela Whittaker e que produz diagnóstico e pesquisa de para abordar a concentração de poder na indústria de tecnologia. Ela também é fundadora do Signal, um app de mensagem instantâneo criptografado. Como disse a fundadora, precisamos garantir que a humanidade ainda consiga ter conversas de maneira privada


No Web Summit, também me conectei com startups da área de educação, setor em que atuo na Fundação 1Bi. Notei um crescimento de edtechs voltadas para empresas e gestão escolar. Duas startups me chamaram atenção: a Big Brain, que usa IA para integrar softwares escolares e personalizar o ensino, e a Desmoq, que prepara estudantes para olimpíadas científicas, abrindo oportunidades para alunos de escolas públicas.


O cenário de edtechs ainda é focado no público empresarial e na rede particular de ensino. Inovar na rede pública é desafiador devido aos investimentos necessários. Startups têm dificuldades em monetizar produtos para escolas públicas, e o governo carece de expertise em tecnologias digitais. No AprendiZAP da Fundação 1Bi, buscamos financiamento de inovações tecnológicas para resolver problemas de professores e estudantes de escolas públicas, contando com parceiros como Fundação Lemann, Imaginable Futures e Instituto Votorantim. Em breve, compartilharei como estamos usando IA para ajudar professores de escolas públicas a criar ótimas experiências de aprendizagem. Mas isso já é assunto para outro texto!


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